O tratamento dialítico é um processo essencial para manter a vida de pessoas com perda severa da função renal. No Brasil, mais de 172.500 pacientes realizam diálise crônica, conforme dados do Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN, 2024).
Esse número crescente destaca a importância da conscientização sobre os desafios que cercam essa realidade — não apenas para os pacientes, mas também para suas famílias.
A rotina da diálise: mais do que sessões
Quem precisa de tratamento dialítico precisa se adaptar a uma nova rotina. São, geralmente, três sessões semanais, acompanhadas de restrições alimentares, uso contínuo de medicamentos e monitoramento frequente da saúde renal.
No entanto, o impacto vai além da sala de tratamento.
A nova dinâmica atinge diretamente os familiares e cuidadores, que, na maioria das vezes, não possuem preparo nem recebem o suporte necessário para essa nova jornada.
O impacto emocional nos familiares de pacientes em diálise
Ansiedade, depressão e sobrecarga emocional
Embora o foco técnico da diálise seja essencial, é fundamental que as clínicas de tratamento dialítico compreendam a importância de integrar práticas de acolhimento.
Isso significa ir além da função médica e construir uma cultura organizacional humanizada, que reconhece e acolhe o sofrimento das famílias.
O que pode ser feito?
- Criação de canais de comunicação empáticos;
- Realização de rodas de conversa e encontros educativos;
- Treinamento das equipes para escuta ativa e orientação familiar;
- Garantia de informações claras e acessíveis sobre o tratamento e suas etapas.
Saúde renal é responsabilidade de todos
Fortalecer vínculos melhora os desfechos clínicos
Quando clínicas entendem que cuidar da saúde renal é também cuidar de quem cuida, o resultado é um ciclo virtuoso: maior adesão ao tratamento, melhora nos indicadores clínicos e um suporte emocional mais eficaz para todos os envolvidos.
Conclusão: por que cuidar de quem cuida?
O tratamento dialítico é, por definição, um processo contínuo. No entanto, o sucesso desse processo depende não apenas da tecnologia e da medicina, mas também do acolhimento integral, que inclui o paciente e sua rede de apoio.
Afinal, cuidar do paciente é, também, cuidar de quem cuida.