Você sabe quem foi Tito Ribeiro de Almeida?

Nosso auditório da Unidade República do Líbano tem este nome em homenagem ao pioneiro da hemodiálise no Brasil. Em 19 de maio de 1949, enquanto ainda era professor do Grupo de Terapêutica da Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Prof. Tito Ribeiro de Almeida submeteu uma paciente portadora de insuficiência renal à primeira sessão de hemodiálise no País. Para isso, utilizou um aparelho construído de maneira artesanal, apresentando um conceito bem diferente daquele usado por Kolff apenas 4 anos antes. No aparelho de Kolff, o dialisador rodava dentro de um tanque com banho parado; o aparelho do Prof. Tito apresentava um “coil” estacionário e um sistema de bomba e hélice que impulsionava o banho de diálise para banhar o dialisador, algo bem mais moderno e criativo que somente seria utilizado 5 anos depois no primeiro aparelho comercial da Travenol (tanque de aço).

Algum tempo depois, com a criação da Disciplina de Nefrologia sob a direção do Prof. José de Barros Magaldi, o Prof. Tito passou a integrar o primeiro grupo de Nefrologistas do Hospital das Clínicas de São Paulo, mantendo atenção especial aos métodos dialíticos. Ao decidir se afastar da prática acadêmica, Prof. Tito se manteve um amante da Nefrologia e da clínica médica, passando a exercer normalmente as atividades em seu consultório, atendendo a seus pacientes com entusiasmo e dedicação, durante os anos seguintes.

Em entrevista publicada no jornal J Bras Nefrol, em 1994, retrata numa simples frase sua grande dedicação à Nefrologia: “… procurei fazer o rim artificial, porque sempre mexi com rim, gostava de rim. Tinha mania de rim.”

O Professor Tito Ribeiro de Almeida faleceu em 1998, aos 84 anos, em São Paulo, deixando seu legado a amor pela nefrologia. No último Congresso Brasileiro de Nefrologia que participou recebeu uma homenagem, sendo definido como: “uma figura humana inesquecível para aqueles que tiveram a sorte de compartilhar de seu entusiasmo pela vida e pela profissão”. (J. Bras. Nefrol. 1998).